segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Hoje.
Apetece- me descobrir o sentido correcto.
Saber se os sinais estão no sítio certo.
Perceber o Mundo e os seus códigos secretos.
Ter acesso ao mistério da palavra.
Aos segredos escondidos no virar da página.
E...acordar a saber ler o invisível...
A compreender o Universo...
E a acabar o meu sonho em verso.
"Síndrome de Usher retirou a visão a Carolina Canais, que gostava de ser escritora mas que, para já, quer apenas ter uma licenciatura.
Carolina Ferreira Canais é a primeira aluna surda e cega a ingressar na universidade. Tem 44 anos e muita vontade de continuar activa, agora que está reformada devido à perda de visão que tem sofrido nos últimos cinco anos. É surda de nascença e escolheu o curso de Língua Gestual Portuguesa da Universidade Católica de Lisboa, o único perfeitamente adaptado e pensado para quem tem deficiência auditiva, pois todas as aulas são dadas em língua gestual.
Porém, receber a Carolina exigiu um esforço redobrado por parte da universidade, tanto em recursos humanos e como em financeiros, já que foi preciso contratar dois guias-intérpretes para a acompanhar e traduzir as aulas em língua gestual táctil e converter os manuais em braille.
Foi preciso criar aulas presenciais com um tutor, porque o curso funciona maioritariamente através de vídeoconferência. De tal forma que a turma só se encontra ao sábado, de quinze em quinze dias, para oito horas de aulas que cobrem três áreas: ciências da linguagem, ciências da educação e neurociências. O objectivo é formar professores, criando uma oportunidade para os 35 000 surdos portugueses. "Porque eles não têm problemas cognitivos", explica a coordenadora do curso, Ana Mineiro. Só precisam que a comunicação lhes seja adaptada.
Durante pouco mais de três anos, será este o desafio de Carolina. Veio em busca de "um novo caminho" porque não gosta de estar "de braços cruzados". Sonha ser escritora, mas nunca tinha pensado voltar à escola, até se ver "encostada".
Trabalhava como funcionária administrativa na Indústria Aeronáutica de Portugal, mas há quatro anos a perda de visão levou-a à reforma. "Percebi que o meu pesadelo se ia concretizar." Descobriu que tinha a síndrome de Usher, de tipo I, e que iria ficarcega.
Mas não baixou os braços. Queria aprender braille, a usar a bengala, a orientar-se. Tudo o que precisasse para continuar a fazer a sua vida sozinha. E então foi para o Centro de Reabilitação Nossa Senhora dos Anjos, que a princípio não a queria receber por ser surda e não estar completamente cega. "Mas aquela era a melhor escola para cegos de Portugal, e eu batalhei porque não queria entrar noutra."
Hoje, a sua cegueira ainda não é total, apesar de estar progressivamente a piorar, e diz-se "solteira e independente". Vai, sem ajuda, ao centro de artes, ao café, às compras ou à natação. Aprendeu a cozinhar pelo olfacto e a tratar da roupa sem a ver. Vive num lar em Lisboa, dactilografa com a ajuda de um teclado de comunicação aumentativa e usa uma lupa para escrever mensagens no telemóvel.
"Distingo tudo pelo toque", conta. Os ouvintes comunicam com ela desenhando as letras na palma da sua mão, os surdos por língua gestual apoiada, também nas mãos. Mas para comunicar, utiliza a língua gestual, que é a sua língua natural desde criança.
A fala só aprendeu aos 24 anos, com a ajuda de uma terapeuta. Mas o seu rosto transparece muito mais. A expressão acrescenta significado ao gesto. Como em qualquer língua, na linguagem gestual há regionalismos e calão. Mais ainda, uma "cultura surda" assente nela".
In DNonline
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Nova Formação
A formação de 225 professores para a prevenção da violência e gestão de conflitos nas escolas é o objecto do protocolo de cooperação hoje celebrado entre o Ministério da Educação e a Universidade de Coimbra. Uma medida que João Amado, coordenador científico do curso e investigador na área da indisciplina escolar, considera "essencial, embora insuficiente".
"Desde que comecei a trabalhar nesta área, no início dos anos 90, a indisciplina (entendida num sentido lato) não só aumentou como se generalizou. Hoje não se confina a uma ou outra escola dita problemática e tem, na maior parte das vezes, raízes nas famílias dos alunos, umas vezes por estas serem desestruturadas, outras porque são cada vez mais permissivas e menos capazes de incutir regras nas crianças", considera Amado.
É naquele contexto que o investigador da Faculdade de Psicologia sublinha a necessidade de o Ministério da Educação complementar a acção de formação de professores com outras medidas, "como a contratação de psicólogos, de assistentes sociais e de auxiliares em número suficiente e com formação em mediação de conflitos".
Funcionando como um projecto-piloto neste ano lectivo, o curso sobre Violência e Gestão de Conflitos na Escola será ministrado por docentes da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra a 225 professores de 15 escolas indicadas pelo Ministério da Educação. A formação, contudo, não será conjunta, mas feita de forma sucessiva, ao longo de cinco edições.
Segundo João Amado, em cada edição serão formados três grupos de 15 docentes de três escolas. Por estabelecimento de ensino, cinco professores farão um curso de três meses e dez colegas um curso de um mês. O objectivo é que, no fim do ciclo de formação, os 15 docentes de cada escola estejam aptos a funcionar como uma equipa e a concretizar o projecto de prevenção da violência desenvolvido durante o curso, explica.
Henrique Madeira, vice-reitor responsável pelo projecto ED.UC (Ensino à Distância da Universidade de Coimbra), acredita que este curso, acreditado pelo Conselho Científico-Pedagógico de Formação Contínua de Professores, será aberto à generalidade dos docentes em 2011-2012. Este ano a oferta formativa é "esgotada" pelos docentes indicados pelo ministério, junto do qual o PÚBLICO não conseguiu apurar quais as escolas envolvidas e como foram seleccionadas.
in "público on line"
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Tipos de tecnologias de apoio (TA) *
Estas tecnologias são concebidas para fornecer uma acessibilidade adicional a pessoas com dificuldades de natureza física ou cognitiva.
Periféricos alternativos ou adaptados – permitem o controlo do computador através de outros dispositivos para além do teclado e/ou rato padronizados. Exemplos:
* Teclados alternativos ou adaptados — apresentam teclas ou o próprio teclado de tamanho maior ou menor que o standard, uma configuração alternativa das teclas ou um teclado para utilização com uma única mão.
* Dispositivos apontadores electrónicos — usados para controlar o cursor sem utilizar as mãos - funcionam por ultra-sons, infra-vermelhos, movimentos oculares, sinais nervosos ou ondas cerebrais.
* Dispositivos de sopro — activados por inalação ou sopro.
* Ponteiros — fixados na cabeça, seguros pela boca ou acoplados ao queixo, são usados para pressionar as teclas do teclado.
* Joysticks (comandos) — dispositivos movidos pelas mãos, pés, queixo, etc. usados para mover o cursor no ecrã.
* Trackballs— bola móvel, montada no topo de uma superfície que pode ser usada para mover o cursor no ecrã.
* Ecrã táctil — permite a selecção directamente ou activação de um computador através de toque no ecrã, facilitando a selecção directa de uma opção, funcionando como alternativa ao rato ou ao teclado. O monitor pode possuir já o ecrã táctil, ou este ser adicionado se necessário.
* Impressoras de Braille – transferem texto escrito de um computador para Braille. Programas de conversão para Braille transformam texto digitalizado ou criado num processador de texto em Braille, o qual pode ser impresso com estes dispositivos.
Outras Tecnologias de Apoio
Filtros de teclado - são dispositivos de ajuda à utilização do teclado, como por exemplo, escrita inteligente de palavras [antecipação/predição de palavra em função do(s) caracter(es) inseridos] e correcção ortográfica que reduzem o número de utilizações das teclas. Possibilitam o acesso rápido aos caracteres evitando a utilização inadvertida de teclas.
Sinalizadores luminosos de alertas - monitorizam os sons do computador e alertam o utilizador através de sinais luminosos. Útil quando o utilizador não consegue ouvir os sons do computador ou não está directamente na frente do monitor. Por exemplo, um sinal luminoso pode comunicar a chegada de correio electrónico ou a conclusão de um comando.
Teclado no ecrã – fornece uma imagem de um teclado padrão ou adaptado no ecrã que permite ao utilizador seleccionar teclas através de um rato, ecrã táctil, trackball, joystick, switch (interruptor) ou dispositivo apontador electrónico. Frequentemente possui uma opção de varrimento que permite realçar teclas individuais a seleccionar pelo utilizador. Útil para indivíduos com dificuldades de coordenação e/ou movimento.
Ferramentas de leitura e programas para dificuldades de aprendizagem – incluem software e hardware concebido para tornar os materiais/recursos baseados em texto mais acessíveis a indivíduos com dificuldades de leitura. As opções podem incluir digitalização, reformatação, navegação, ou leitura de texto em voz alta. Estes programas são úteis para indivíduos com dificuldades de visualização ou manipulação de materiais convencionais impressos, pessoas que estão a desenvolver novas capacidades ao nível da literacia ou da aprendizagem de uma língua estrangeira e pessoas com uma melhor compreensão do texto quando este é simultaneamente ouvido e destacado visualmente.
Linha Braille – fornece uma saída táctil da informação apresentada no ecrã do computador. Uma “célula” Braille é composta por uma série de pontos (seis ou oito). O padrão de pontos e combinações possíveis são usados em vez de letras. As linhas Braille mecanicamente levantam pequenos pinos arredondados, de metal ou plástico, para criar caracteres Braille. O utilizador lê estes caracteres com a ponta dos dedos e, no final da linha, actualiza o “mostrador” para ler a linha seguinte.
Ampliadores de ecrã – funcionam como uma lupa, ampliando uma parte do ecrã, melhorando a legibilidade e o visionamento de itens no computador. Alguns ampliadores permitem ao utilizador ampliar ou reduzir áreas específicas do ecrã.
Leitores de ecrã – são usados para transformar em voz sintetizada, ou Braille, tudo o que surge no ecrã, incluindo texto, gráficos, botões de comando e menus. Basicamente, os leitores de ecrã transformam a interface gráfica em interface auditiva/táctil. São ajudas essenciais para os utilizadores com baixa visão ou cegos.
Programas de reconhecimento de voz – permitem dar comandos e inserir dados através da voz em vez do teclado e/ou rato standard. Usam um microfone ligado a um computador que pode ser usado para criar documentos de texto ou mensagens de e-mail, navegar na Internet, e navegar entre aplicações comuns e menus através da voz.
Text-to-Speech (TTS) ou sintetizadores de voz – recebem informação escrita do ecrã e transmitem a informação em voz sintetizada. Permitem aos utilizadores cegos ou com dificuldades de aprendizagem ouvirem a informação que inserem. Podem ainda servir como comunicação aumentativa/alternativa a indivíduos impossibilitados de o fazer, seja através de um registo escrito ou pela selecção de símbolos pictográficos de comunicação (ex.: SPC).
Processadores de texto com síntese de voz e caracteres ampliados – são programas que usam sintetizadores de voz para dar feedback auditivo daquilo que é inserido. Os processadores de texto de caracteres ampliados permitem ao utilizador ver tudo em texto aumentado, sem recurso a outros ampliadores de ecrã. Este tipo de processador de texto está de algum modo ultrapassado, pelas possibilidades que os processadores de texto comuns já integram.
Modems de conversão TTY/TDD (Teletypewriter /Telecommunications Devices for the Deaf**) (Sistemas de comunicação baseados em texto) – modems que estabelecem ligação entre computadores e telefones para permitir que uma mensagem de texto seja inserida num computador e enviada para um telefone TTY/TDD ou outro equipamento equipado com Baudot ***.
in http://acessibilidade.pbworks.com
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