segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Concordo:) Muito.



"Aqui há uns tempos recebi um presente especial. Nada de mais para o olhar de qualquer um dos leitores, pois o valor material do presente era praticamente nulo; mas muito para mim,porque foi um presente único, pessoal, que me distinguiu de todas as outras pessoas que não oreceberam: por outras palavras, fez-me sentir “especial”!

No meu percurso de estudo e profissional também tenho estado ligado a outras coisas“especiais” (infelizmente num sentido diferente da palavra): desde logo ao ensino “especial”; a equipas “especiais”; e sobretudo a “crianças e jovens especiais”… assim se falava e fala nas escolas, nas universidades, nos livros! Quando comecei questionava-me sobre como responder a tanta “especialidade” e sobretudo se teria capacidade para dar resposta (pessoal e técnica) a necessidades e solicitações tão peculiares. Na altura, os meus mestres sabiamente iam-me alertando (direta ou indiretamente) para a necessidade de me focar em primeiro lugar nas relações humanas e esse foi o ponto de partida essencial para a minha evolução. Mas foi só quando comecei a sair do meu gabinete, a organizar grupos de pais, a visitar os meus clientes nas escolas e a liderar reuniões de consultoria com os professores do Ensino Regular, que me apercebi daquela que penso ser a principal razão para se ter que adjetivar de Especial a Educação das crianças e jovens com perfis divergentes de desenvolvimento, comportamento e/ou aprendizagem. É que na grande maioria das vezes as pessoas estão focadas nos problemas,nos sintomas, nas dificuldades; e não nas pessoas, nas crianças e jovens por detrás dessa máscara de características menos boas. Pessoalmente acredito que a Educação Especial não é a Educação das crianças e dos jovens ditos “especiais”. A Educação Especial é a Educação que transmitem os bons Educadores (pais,terapeutas, educadores e professores) a TODAS as crianças e jovens: quando criam disponibilidade para ouvir; quando dão tempo para responder; quando aceitam e partilham."

Francisco Lontro

Psicomotricistafrancisco.lontro@pimpumplay.pt





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